Muito tem se falado sobre o uso do Canabidiol para o enfrentamento de algumas doenças. Nesta semana, membros do Núcleo de Psiquiatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) participaram de um programa de rádio que tratou do assunto.
Os psiquiatras Rogério Cardoso e Fernando Uberti reforçaram o posicionamento contrário da entidade médica a qualquer flexibilização do uso e cultivo de maconha, utilizando como argumento os possíveis efeitos benéficos de apenas um de seus compostos. Uberti, que é coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Simers, destaca que a maconha é formada por diversos componentes, entre eles o canabidiol. Existe a comprovação de eficácia da substância em apenas dois quadros: esclerose múltipla e epilepsia refratária em crianças.
No entanto, segundo Uberti, outros componentes da Cannabis, especialmente o THC (Tetrahidrocanabinol), são extremamente nocivos do ponto de vista psiquiátrico, estando associados inclusive a quadros de esquizofrenia, depressão, deterioração cognitiva e retardos no desenvolvimento acadêmico e profissional.
“Diante dessas evidências científicas, somos totalmente contra a flexibilização do uso da cannabis, do plantio em residências e do uso da maconha de forma geral. Com relação aos medicamentos contendo canabidiol, nós também temos restrições à utilização em casos que não sejam aqueles com comprovação científica de eficácia”, salienta Uberti.
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